sexta-feira

Boleros VI



Croissant quente
        e aroma de café
Paris acorda



Bonjour
bonne journée
a moça sorri





segunda-feira

Boleros (IV)


Som de cigarras
o júbilo desvanece
   a solidão se desperta


Luzes apagadas
sob a penumbra
      o coração palpita


No Campo de Marte

apenas as barracas
e o silêncio


[Continua...]   [Boleros (I)]  [Boleros (II)]  [Boleros (III)]

sexta-feira

Boleros (III)





Ante a ponte
e os jatos d’água
               a Dama altiva


Noite de verão
  a multidão aquieta-se
         as luzes piscam


Unhas vermelhas
sobre o vestido esvoaçante
        passante derradeira


[continua...]   [Boleros (I)]  [Boleros (II)]

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Para os amantes dos Haicais ou curiosos que querem saber mais sobre esta arte japonesa, eu indico o livro "Trilha estreita ao confim" do poeta Matsuo Bashô (1644-1694), o grande mestre do Haicai.

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quinta-feira

Boleros (II)





Imigração
    malas violadas
pés no chão



Na estação
um assobio ressoa
            o metrô parte



Sol escaldante
    sorriso no rosto
         pés doídos



[continua]   [Boleros (I)] 

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Para os amantes dos Haicais ou curiosos que querem saber mais sobre esta arte japonesa, eu indico o livro "Trilha estreita ao confim" do poeta Matsuo Bashô (1644-1694), o grande mestre do Haicai.

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quarta-feira

Boleros


(Paris, Haicais e o Bolero de Ravel)




Prefácio

Esta composição origina-se na experiência de um imigrante em Paris e, tal como no Bolero de Ravel em que a melodia é repetida diversas vezes, a vida do estrangeiro é uma sucessão de cenas cotidianas corriqueiras, mas carregada de emoções que são renovadas a cada dia.
A simplicidade e elegância do Bolero de Ravel (clique aqui para ouvir) realçam as emoções que originaram estes quase haicais, por isso, recomendamos ao leitor essa trilha sonora. Se preferir escolha também a sua bebida favorita e envolva-se.
Originalmente, cada um dos haicais foram impressos em cartões aromatizados que deviam ser aproximados ao nariz para que a fragrância pudesse envolver o leitor mais intensamente.
As essências utilizadas buscavam tornar mais vívidas as emoções evocadas, embora nem sempre fossem as melhores possíveis.
Para viver esta experiência ouça a música e se entregue à poesia, ou faça o contrário.

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Boleros (I)



Fria manhã de junho
nuvens por todos os lados
o avião balança



A mulher reza
lá embaixo a cidade
fica para trás



A chegada
pneus cantam no asfalto
aplausos e vivas


[continua...] 



 Para os amantes do Haicai eu sugiro a leitura do livro "Trilha estreita ao confim" do poeta japonês Basho (1644-1694), o mestre do haicai.



 'Trilha estreita ao confim' apresenta o texto de Basho em sua forma original, trazendo o ciclo completo de seus principais relatos de viagem, repletos de haicais memoráveis. Mergulhe na experiência de um poeta fundamental para a poesia contemporânea!